Chapter 4. The Além

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Chapter 4. The Além

p. 47-77

Extrait

1In this hard pilgrimage to the Absolute, the first step will be the close observation of Reality, whose variety Pessoa will express in his many heteronyms. Feeling close to this Reality, especially in Caeiro, fills him with admiration:

A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias1.
(Caeiro, Poemas Inconjuntos, A espantosa...)

2Each heteronym would serve the purpose of analysing a different aspect of this Reality. But if we look more closely at Pessoa’s whole poetic work, we come to the conclusion that one main and deep concern runs throughout his bilingual writings. The entire work of our bilingual poet shows how much he is religiously touched by Life’s complexity and how anxiously he tries to understand its secret, hidden behind the world’s multiform reality:

The essential, painful, deep anxiousness to disentangle the mystery of Life palpitates in all the Poetry of Pessoa. This search gives it a deep unity; here we do not find any spliting into heterenon

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2004

1 F. PESSOA, Obra Poética, organização, introdução e notas de Maria Aliete Galhoz, Rio de Janeiro, Aguilar Editôra, 1972, p. 234.

2 M. TALEGRE, Três Poetas Europeus. (Camões, Bocage, Pessoa), Lisboa, Livr. Sá da Costa Ed., 1947, p. 92.
Em toda a poesia de Pessoa palpita um anseio essencial, doloroso, imenso, de desvendar o mistério da vida. Isso lhe dá uma unidade profunda; aqui não há repartições por heterónimos, nada muda nem divide a substãncia desta preocupação essencial, porque ela está na natureza profunda do seu ser.

3 F. PESSOA, Páginas de Doutrina Estética, seleção, prefácio e notas de Jorge de Sena, Lisboa, Editorial Inquêrito, 1946, p. 27.
Chamo insinceras às coisas feitas para fazer pasmar, às coisas também... que não contem uma fundamental ideia metafísica, isto é, por onde não passa, ainda que como um vento, uma noção da gravidade e do mistério da Vida. Por isso é sèrio tudo o que escrevi sob os nomes de Caeiro, Reis, Álvaro de Campos. Em qualquer destes pus um profundo conceito da vida, divino em todos três (o sublinhado é meu), mas em todos gravemente atento à importãncia misteriosa de existir.

4 F. PESSOA, Obra Poética, op.cit., p. 334.

5 F. PESSOA, Ibid., p. 334.

6 F. PESSOA, Ibid., p. 222.

7 F. PESSOA, Ibid., p. 407.

8 F. PESSOA, Ibid., p. 208.

9 F. PESSOA, Ibid., p. 207.

10 traje de civilizado.

11 F. PESSOA, Ibid., p. 319-321.

12 M. TALEGRE, Três Poetas Europeus. (Camões, Bocage, Pessoa), op.cit., p. 81.
Pessoa é essencialmente um espírito religioso. Não que ponha na sua obra qualquer nota confessional, ou a impregne de algum credo, mas pela sua atitude mística e pela sua crença nos mistérios da Vida, aos quais tão receptiva é a sua sensibilidade.
Ele confessa ser "fundamentalmente um espírito religioso" com a consciência "da terrível importância da Vida" e "de um dever a cumprir para com nós próprios e para com a humanidade".

13 F. PESSOA, Obra Poética, op.cit., p. 296.

14 F. PESSOA, Ibid., p. 178.

15 F. PESSOA, Ibid., p. 139.

16 Z. DE OLIVEIRA, O Problema Religioso em Fernando Pessoa, in Estudos, 4, n^o396, Coimbra, Abril 1961, p. 227.
Fernando Pessoa é um poeta metafísico que nega a metafísica, um poeta religioso a ignorar a própria existência de Deus e nunca se localizar em qualquer religião, tendo os laivos sentimentais de cristianismo e de gosto pelo mistério que o leva para o ocultismo ou para a visão dos ritos maçónicos como religião.

17 F. PESSOA, Obra Poética, op.cit, p. 112.

18 F. PESSOA, Ibid., p. 271-272.

19 Z. DE OLIVEIRA, O Problema Religioso em Fernando Pessoa, op.cit., p. 231.
É este Deus secundário que o homen atinge, este Deus feito à imagem de homem... Um assim diminuido, nada em si, mas ponte de transição para o auténtico absoluto, déidade secondária, e também dependente, admite religião, isto é, relações com o homem. Mas não pode fundamentar verdades fixas, dogmas, ou igrejas com culto exterior. Deus autêntico é o da experiência pessoal, oculto, indefinido e indeterminado, ponto de atingência do homen isolado e à margem da experiência dos demais homens.

20 Além.

21 Além.

22 F. PESSOA, Obra Poética, op.cit., p. 207-208.

23 F. PESSOA, Ibid., p. 226.

24 F. PESSOA, Ibid., p. 204-205.

25 F. PESSOA, Ibid., p. 234.

26 F. PESSOA, Ibid., p. 178.

27 perene sombra.

28 alma vestida.

29 F. PESSOA, Ibid., p. 364.

30 F. PESSOA, Ibid., p. 316.

31 Puro Longe, liberto do peso de Atual.

32 F. PESSOA, Ibid., p. 287.

33 F. PESSOA, Ibid., p. 287.

34 F. PESSOA, Ibid., p. 275.

35 F. PESSOA, Ibid., p. 213.

36 F. PESSOA, Ibid., p. 278.

37 F. PESSOA, Ibid., p. 278.

38 F. PESSOA, Ibid., p. 270.

39 F. PESSOA, Ibid., p. 212.

40 F. PESSOA, Ibid., p. 216.

41 F. PESSOA, Ibid., p. 362.

42 F. PESSOA, Ibid., p. 143.

43 F. PESSOA, Ibid., p. 378.

44 F. PESSOA, Ibid., p. 161-162.

45 F. PESSOA, Ibid., p. 277.

46 F. PESSOA, Ibid., p. 285.

47 F. PESSOA, Ibid., p. 296.

48 F. PESSOA, Ibid., p. 262.

49 F. PESSOA, Ibid., p. 269.

50 F. PESSOA, Ibid., p. 190-191.

51 Grande Intervalo.

52 F. PESSOA, Ibid., p. 113.

53 M. ANTUNES, Do Espírito e do Tempo, Colecção Ensaios Lisboa, Ed. Ática, 1960, p. 171.
"Deus, a Grande Ogiva ao fim de tudo", eis aí a expressâo, mais intelectual e mais gráfica, do pensamento religioso de Fernando Pessoa. Ao fim de tudo: para além do mundo e para além da vida, que é sono e sonho; para além das religiões; para além do Deus - ou deuses - que as religiões revelam, o grande Abismo escarpado, construído de Mistério e de Silêncio, de Nada e de Ser: Deus.

54 F. PESSOA, Obra Poética, op.cit., p. 129.

55 D.L. PEREIRA DA COSTA, O Esoterismo de Fernando Pessoa, Porto, Lello & Irmão Editores, 1978, p. 76.
Por este brusco acesso a outro piano do ser e do conhecer, pelo abandono do pensamento como forma de conhecimento, pela saída dos limites do eu empírico e do mundo empírico, das coordenadas de tempo e espaço, ele acede à visão da Realidade, na sua forma suprema - o vazio.

56 F. PESSOA, Obra Poética, op.cit., p. 112-113.

57 F. PESSOA, Ibid., p. 112.

58 Tudo tem outro sentido.

59 F. PESSOA, Ibid., p. 112-113.

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Ce livre est cité par

Wild, Gerhard. (2020) Kindlers Literatur Lexikon (KLL). DOI: 10.1007/978-3-476-05728-0_13576-1

Fernando Pessoa: The Bilingual Portuguese Poet

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Référence numérique du chapitre

Terlinden, A. (1990). Chapter 4. The Além. In Fernando Pessoa: The Bilingual Portuguese Poet (1‑). Presses universitaires Saint-Louis Bruxelles. https://doi.org/10.4000/books.pusl.14243

Terlinden, Anne. « Chapter 4. The Além ». In Fernando Pessoa: The Bilingual Portuguese Poet. Bruxelles: Presses universitaires Saint-Louis Bruxelles, 1990. https://doi.org/10.4000/books.pusl.14243.

Terlinden, Anne. « Chapter 4. The Além ». Fernando Pessoa: The Bilingual Portuguese Poet, Presses universitaires Saint-Louis Bruxelles, 1990, https://doi.org/10.4000/books.pusl.14243.

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