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Renegociar a Centralidade do Estado em Moçambique

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Egídio Guambe

1.a Parte – Uma administração para «fabricar» Moçambique

Uma administração para «fabricar» Moçambique

Texte intégral

1A atenção incide aqui sobre as dimensões históricas e sociológicas do processo de construção da administração em Moçambique. Trata-se sobretudo de esboçar alguns elementos estruturadores das relações entre actores e, mais ainda, as suas práticas quotidianas de construção/desconstrução da administração. Com efeito as práticas administrativas observáveis nos municípios, conscientes ou não, estão estruturadas no tempo. Contudo, os actores não cessam de as modificar de acordo com as conjunturas e as diversas dinâmicas em que se situam ou se desejam situar.

2A hipótese será de considerar que as práticas resultantes da reforma da administração no Moçambique pós-colonial, nomeadamente a municipalização, retomam em muitos aspectos os desafios de restruturação da presença administrativa colonial, sem que, por isso, se ignore a mobilização dos actores que conduziram a modificações pontuais. Para tal, ainda que estudemos uma reforma muito contemporânea – a municipalização foi implementada nos finais dos anos 1990 –, torna-se indispensável fazer um recuo até, pelo menos, os finais do século XIX.

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